sábado, 16 de março de 2013

Desafio Rostos da Diferença...o primeiro!


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Lembram-se do desfio que vos lancei há uns dias??? A ideia é que cada um de vocês, que tenha passado por experiências em que alguém, pela sua atitude positiva  e de pró-ajuda tenha marcado o vosso dia ou quem sabe a vossa vida...as relate.! Podem ser grandes ou pequenos gestos...a ideia é dar rostos a essas pessoas que diariamente fazem a diferença!
Pois cá tenho o primeiro testemunho! Obrigada J.F., espero que com o teu relato, incentives muitos outros. Pela forma como escreves tenho pena que não tenhas um blogue, pelo menos não o referiste no mail que enviaste, para poder divulgar aqui!
Aqui fica a tua colaboração e mais uma vez obrigada...a tua experiência é de fato inspiradora.Simples gestos a acrescentar tanto!

PESSOAS ESPECIAIS
Não estou habituado a elogiar ninguém por escrito. Será defeito profissional mas sempre optei por denunciar situações erradas do que relatar casos de mérito. Para o bem. Hoje, porém sou obrigado a fazê-lo - respondendo, sem reservas , ao repto de A Próxima Curva.
Talvez seja por andar sensível. A recente e inédita (para mim) condição de desempregado tem destas coisas. Tudo é novo e gerador de emoções fortes. A inscrição no centro de emprego por exemplo, pessoas mal encaradas. Empregados uns(ainda); desempregados outros(já e para sempre?...)...Frustrados todos! Mas eu vinha contar uma história positiva. Era essa a premissa. Uma história de alguém diferente. E isso apenas me aconteceu alguns dias mais tarde, quando o meu subsídio foi dado como indeferido pela kafkiana Segurança Social. Chamemos-lhe SS, sigla que, nos tempos actuais, não deixa de ter alguma ironia.
Segundo a carta da SS, faltavam documentos. O que me obrigou a procurar uma dependência da SS para resolver o problema. Enganei-me contudo, e entrei numa dependência exclusiva para pessoas com necessidades especiais. As coisas boas acontecem-me aparentemente por engano. Ora, eu não tenho necessidades especiais, pensei. Apenas necessidades vulgares banais. Razão pela qual me preparava para virar costas e ir à minha vida. Não tive tempo, porque, entretanto, a única pessoa que se encontrava no gabinete com a funcionária acabava de sair. E esta, uma senhora de ar muito sereno, chamava por mim."Posso ajudá-lo?". Digo que estou no local errado. E a senhora, contida mas simpática confirma-o."Pois está, mas já que está aqui, e não está aqui mais ninguém, porque não me diz qual é o seu problema? Talvez possa ajudar". Tão simples foi a sua frase que quase cheguei a desconfiar. Mas não. A ideia era mesmo ajudar, pelo que tratei de explicar a minha situação: o meu subsídio de desemprego fora recusado e eu não só não sabia porquê como também não sabia o que fazer sem ele...
Nisto a funcionária agarra o telefone e com uma destreza de quem sabe o que está a fazer e quem está do outro lado, marca um número. Em silêncio.Do outro lado atendem e inicia-se uma conversa entre códigos misteriosos. Novo silêncio...até que a senhora dispara tapando o bocal do telefone;" Estes senhores não conseguem falar sem ler um manual.São tão direitinhos". Eu tento sorrir, meio atrapalhado. E a senhora prossegue, procurando explicações para o indeferimento do meu subsídio. Até que se fez fumo branco. Faltava um documento que provasse que o meu despedimento não era voluntário! Nada como uma explicação.
Disse-lhe que pensava ter em casa uma carta que deixava bem claro que se tratava de um despedimento, digamos, involuntário. E ela disse-me para a ir buscar e voltar ali."Só vou almoçar por volta das 13h". Corri e corri e voltei lá em menos de meia hora. Estava uma senhora, muito vermelha, no gabinete com ela. E eu sentei-me, à espera. Sentia-me um pouco abusador. Aquele serviço da SS não era para mim. Não demorou  nem cinco minutos até que a senhora de faces vermelhas abandonasse o gabinete e que a funcionária, sempre muito serena, me mandasse entrar."Vamos lá resolver isso! Isto já deve servir para estes direitinhos"
Fotocopiou o que havia a fotocopiar, teclou o que havia a teclar ... e rematou." Já está! Se até 22 de Abril não receber o que é seu por direito, venha cá que eu ajudo-o"...Eu claro, agradeci, mas não sem dizer que não queria abusar mais de um gabinete destinado a pessoas com necessidades especiais. A senhora sorriu e disse-me, com um ar muito calmo." Neste contexto, somos todos especiais". Talvez tenha razão.Mas só alguns, como ela estão dispostos a fazer a diferença.
                                                                                                            J.F.


Não se esqueçam para participar basta mandar os vossos textos para proximacurva@hotmail.com . Terei todo o prazer em os publicar.Vamos também nós fazer a diferença.
Bem hajam!


                                                                                       

 

8 comentários:

  1. Vim, vi e gostei, muito...
    Este depoimento faz-nos ver que ainda à esperança, existem pessoas especiais!
    Beijocas

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    1. Bem vinda Elsa!
      Existem mesmo e do meu ponto e vista têm de ser valorizadas porque são de fato fonte de inspiração e sementes de mudança!
      Obrigada pelo comentário e pela participação.
      Bem hajas
      Maria

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  2. São histórias como estas que ainda me fazem acreditar...no Homem.

    Obrigado pela partilha.

    Beijinho

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    1. Oi Pérola!
      Esta partilha teve a grande ajuda do J.F., o primeiro a aceitar o desafio Rostos da diferença...espero ter muitos mais testemunhos para partilhar convosco em breve...afinal todos nós nos cruzamos de quando em vez com estas pessoas tão especiais..!
      Obrigada pelo comentário e pela participação!
      Bjs
      Maria

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  3. É pena acharmos estes casos "raros", infelizmente a maioria das vezes somos mal atendidos.

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    1. Tens razão ...mas também por isso é importante valorizar...!
      Bjs

      Maria

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  4. Gostei mto! não sabia deste desafio, vou partilha-lo no meu blog para virem cá participar?posso? Bjinho querida

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    1. Sim Mel...claro que sim...a ideia é que possamos dar rosto ao maior número de pessoas que fazem a diferença, possível! Porque merecem e porque são uma enorme fonte inspiradora para nós!
      Obrigada pela ajuda!
      Maria

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