E cá vamos nós para o terceiro testemunho do Desafio Rostos da Diferença, o primeiro e o segundo podem ver aqui e aqui. Se bem se lembram, trata-se de relatar as experiências que cada um de nós tenha tido com pessoas que, com grandes ou pequenos gestos ou mesmo atitudes positivas, nos tenham marcado o dia ou quem sabe a vida. O principal objetivo é dar rosto a quem faz a diferença e incentivar outros a fazê-la no dia a dia.
Desta vez foi a Maria M. do blogue Esqueci-me de viver, que em boa hora aceitou o desafio. Muito obrigada Maria, a tua história é comovente e neste caso até acho que temos dois rostos que fazem a diferença, em vez de um só! Tu és um deles!
Bem hajas pela colaboração!
Recuei no tempo, há cerca de 20 anos atrás. Nessa altura ía
com frequência a uma churrasqueira, onde trabalhava um senhor de cor. Muito simpático
e educado.
Certo dia, achei-o muito abatido, conversámos mais do que o
habitual e o senhor confessou que estava muito doente, sem dinheiro para
comprar os medicamentos, para pagar a casa e que nem dinheiro tinha para
comerem.
Ele era o único sustento da família, porque a esposa
encontrava-se com um grave problema de
coluna e o filho desempregado.
Ali naquele momento, só pensava numa solução para o ajudar.
Tirei 10 contos da carteira (10.000.00 = 50 euros, porque há
20 anos ainda não havia o euro), juntei mais algum, dos amigos que estavam na
churrasqueira nessa altura e fui a minha casa.
Desde peixe congelado, carne, mercearia, entre outras
coisas, meti tudo em sacos e fui de novo à churrasqueira, entrega-los ao
senhor, juntamente com o dinheiro que juntei.
Digo-vos que aquele rosto marcado pela doença, encheu-se de
lágrimas e não tinha palavras para me agradecer. Só conseguiu dizer-me muito
obrigado.
Passado pouco tempo, deixei de o ver e vim a saber que tinha
falecido.
Chorei por não ter conseguido ajuda-lo mais.
Passado 1 ano, tocaram-me à campainha de casa e apareceu-me uma senhora, com um saquinho de plástico na
mão, a dizer-me que era a esposa do senhor X, que tinha falecido há 1 ano.
Acreditam que me veio entregar uma toalha de chá, em linho e
renda feita por ela.
Fiquei muito aflita e disse-lhe que só tinha pena de não ter
conseguido ajudar mais e que não o fiz para receber nada em troca.
A senhora olhou-me fixamente, com as lágrimas a correr pelo
rosto e disse-me que o marido antes de falecer, lhe pediu que me fizesse essa
toalha, mas como não tinham dinheiro, foi juntando durante um ano e lá estava ela
à minha porta para cumprir a promessa feita ao marido.
Nisto tudo já passaram 20 anos que o senhor faleceu e 19
anos que a esposa me entregou a última vontade do marido.
Guardo a toalha, como um dos meus grandes tesouros e sei que
no mundo existem pessoas maravilhosas como estas.
E não se esqueçam, para participar basta mandar o vosso relato para proximacurva@hotmail.com, terei todo o prazer em o publicar, evidentemente com link para o vosso blogue, caso o tenham. Juntos podemos assim, de uma forma simples, marcar também a diferença.
Fiquem bem!
Que bonito texto.
ResponderExcluirVerdadeiramente tocante, não é?
ExcluirMaria
Olá Maria,
ResponderExcluirTenho um selo para ti no meu cantinho.
Bjs,
MJ
Olá Maria João!
ExcluirObrigada pela visita e pelo selinho! Já lá passo!
Beijinhos!
Maria
Olá Maria:)
ResponderExcluirAdoro conhecer histórias que nos marcam:) Muito comovente...
Beijinhos
Olá formiguinha!
ExcluirE tu...não tens nenhuma destas experiências para partilhar?
Bjs
Maria
Obrigada pela partilha Maria. Vou partilhar no meu pode ser?
ResponderExcluirBeijinhos
Claro ... e obrigada!
ExcluirMaria
Que história bonita de bondade e de ajuda...esse senhor deve ter descansado em paz por pensar que no mundo existem pessoas assim ;)
ResponderExcluirSim e ele próprio soube também fazer a diferença...!
ExcluirBjs
Maria