Porque não devemos dar ouvidos a duendes malvados!!!! (Desafio Rostos da Diferença)

E cá estou mais uma vez com uma participação no Desafio Rostos da Diferença, desta vez com o testemunho da Libel do blogue  O meu cantinho, que descobri ( na verdade fui descoberta), há pouco, mas de que já gosto muito, e que faz o relato no seu inconfundível estilo.Nas minhas contas encontramos por aqui  hoje não um, mas dois rostos da diferença... leiam e digam-me o que acham!!!!

A passagem do ano foi muito divertida, animada, companhia excelente. No entanto, na hora "H", quando faltavam apenas 2 minutos para a contagem decrescente, os minutos depressa passaram a segundos e a azáfama foi grande na tentativa de reunir cerejas para o topo do bolo. Traduzindo, as ditas tradições que nos "garantem" as boas entradas, continuação e saídas. Nomeadamente, o champanhe para o brinde, as passas, 12 ou 24 se quisermos dobrar o fator sorte. A nota na mão, o mais alto possível para o trabalho/dinheiro não faltar, e a foto, sim essa tem de acontecer. Isto porque a cuequinha azul, já permanecia nos interiores. Acontece que , no meio da folia e fazendo zappinnnggg, percebo que as passas ficaram em cima da mesa, a nota na carteira e a foto aconteceu para denunciar isso mesmo. Um sorriso enorme, com um redondo fixe e os desejos?...esses ficaram esquecidos no meio das bolinhas de champanhe. Não é que seja supersticiosa, mas gosto de manter as tradições, ainda mais quando são passadas de geração em geração. E ainda mais, quando a vida até me tem corrido bem. Logo, acredito na SORTE que as "cerejinhas" me proporcionam. Enfim, nada a fazer. Pensamento positivo e bola para a frente. Mas, o fato é que aquela figura pequena, tipo duende malvado, no ombro esquerdo, de vez em quando soprava ao meu ouvido: " Diverte-te, mas sabes que não vai ser o mesmo". Dei-lhe um pirolito com o dedo e voou até à parede. Assunto encerrado. Sete da manhã, os pés nem os sentia, os saltos foram trocados pelas botas confortáveis do dia a dia. Os cabelos desalinhados, a pintura esborratada. O rádio como companhia. Portagem à vista. Corro o vidro para baixo, estico a mão com o cartão e dou por mim a soltar um grandioso "Bom Ano", seguido de um glorioso sorriso. De repente, vejo o homem levar as mãos à cabeça de tão feliz, ao mesmo tempo que dizia: " Ó meu Deus, já ganhei o dia, que bom, que maravilha, é tão linda, tão linda." Agradeceu vezes em conta, e continuou com as mãos na cabeça e aos pulinhos, como se lhe tivesse saído a sorte grande. Avancei e dei por mim a sorrir sozinha. Sorri mais ainda, quando pensei que nada estava perdido. Acabava de perceber que, as tradições para um Bom Ano, passam pela partilha, pelos gestos, pela mão que estendemos, pelo presente que vivemos, pelo sorriso ao próximo, o abraço, o aconchego, e tudo o mais...é mera coincidência...Beijinhos a todos e sejam felizes!!

Libel


Pois é...nada de escutar duendes malvados mesmo que pousados no nosso ombro...a vida mostra-nos muitos caminhos e a esperança espreita em cada um deles...é só saber ler os sinais...a Libel soube!

Bem hajam e bom dia meus amigos...mais uma vez obrigada pela enorme adesão ao desafio...que aliás se encontra ainda aberto a quem queira participar!