Não acho que o divórcio seja algo desejável, mas também não
faço dele um bicho de sete cabeças...eu própria vivo um segundo casamento em
que descobri de fato a felicidade e sei por experiência própria que por vezes
as coisas não correm como pensávamos e que uma separação pode ser mais saudável
do que levar à frente casamentos moribundos que podem durar muitos anos para
infelicidade de ambas as partes...! Não pensem que defendo aqui, que à menor
dificuldade, cada um parta para seu lado...claro que não...mas há casos de
verdadeiros equívocos ou de crescimento pessoal em direção oposta, em que não
há mesmo nada a fazer senão assumir... não um fracasso, porque haveria de o
ser, mas a necessidade de mudar de vida e quem sabe recomeçar...Mas hoje não
vinha falar sobre divórcio no geral sabem que falo do que se vai passando
comigo e do que me deixa a pensar e esta é uma dessas vezes...!
Na escola da P. e do F. lido, como calculam, com muitas
crianças e muitos pais, entre eles existe um número significativo de
separações, pelas mais diversas razões que aqui não cabem e com as quais
ninguém tem a ver...o que me tem deixado a pensar é uma tendência que
ultimamente tenho verificado na gestão da vida das crianças depois do
divórcio...Até há algum tempo atrás e quando tudo corria bem ou mais ou menos
entre os pais na regulação do poder paternal, a solução normal era as crianças
ficarem a viver com a mãe mantendo o pai o direito de estar com elas por
períodos acordados para além do direito de visita...Não discuto se era justo
para a mãe, ou para o pai..muito haveria a dizer sobre isso e não há creio eu
soluções perfeitas, para além de que cada caso é um caso...hoje quero apenas
lembrar o que não me parece justo para as crianças embora seja agora uma
solução muito escolhida...Não sei que nome legal tem mas sei que tem vindo a
crescer como opção de muitos pais separados.... trata-se de partilhar
igualmente o tempo das crianças entre o pai e a mãe... 15 dias com um e 15 com
outro...Ou seja passam metade do tempo das suas vidas e do seu crescimento com
a mãe... e a outra metade com o pai...dito assim até parece justo e ideal...mas
na realidade está longe de o ser...Conheço infelizmente quatro casos, e em
todos eles... sem excepção, as crianças têm passado por um processo muito
doloroso de habituação e tendo duas casas, acabam por não ter nenhuma...estando
rodeadas por rotinas e condicionadas por regras, nenhuma se lhes aplica
diretamente, e em todas as crianças tem sido notória a tristeza a confusão e a
radical mudança de comportamentos, implicando em três dos casos a intervenção
do psicólogo...!
É que não é fácil por exemplo, estar com o pai 15 dias numa
casa que é dito ser sua mas onde habita
a tempo inteiro outra criança, filha da nova companheira do pai...não é
fácil gerir onde está o fato de treino, o material escolar, com quem se faz o
trabalho projeto, quem responde aos convites para as festinhas de aniversário,
com quem vão estar nos próximos dias quem vem à reunião de pais, a quem entrega
a professora os recadinhos da escola...enfim um mundo de coisas que parecem
simples mas que podem tornar o mundo
das crianças muito complicado...acreditem... mesmo para nós que lidamos com
elas apenas ao nível superficial é difícil conseguir para as coisas mais
simples, (convites, festas de fim de ano, trabalhos de grupo etc...) a ligação
certa na altura certa...será com o pai ou com a mãe?? E nem as crianças por
vezes sabem dizer!!!
Como vos digo acho que não há soluções ideais e não critico
estes pais...quem sou eu para criticar seja quem for...e tenho a certeza que
como todos nós estão a tentar acertar e a tentar fazer o melhor para os
filhos...mas também tenho a certeza de que não é por aqui!
As crianças precisam de segurança, de rotinas, de saber onde
pertencem para aprenderem quem são...para se desenvolverem e crescerem
saudáveis nos diversos níveis da sua vida..! Disso não tenho dúvidas e vocês???
Eu conheço um caso muito proximo em que a criança vive com a mãe, mas existe uma grande abertura para o pai estar com a criança ... não há horarios nem datas fixas. Funciona, mas apenas graças a um grande entendimento entre os pais ... eu acho a melhor das soluções, mas não é aplicavel a toda a gente
ResponderExcluirBeijinhos
Também conheço alguns casos assim que resultam...também acho que é o mais perto do desejável...mas claro é como dizes não se aplicam a todas as realidades!
ExcluirBjs
Maria
Eu passei por uma separação da minha mãe e padrasto, e nem te digo nada... Sim, foi um grande alivio para mim, nem imaginas.
ResponderExcluirBeijinho Maria
Por vezes o melhor caminho mesmo para as crianças é mesmo a separação...tem no entanto que ser pensado muito bem em que moldes!
ExcluirUm excelente dia para ti!
Bjs
Maria
Sabes o que mais me irrita em divórcios?
ResponderExcluirUsarem filhos como armas e armadilhas.
Verdade seja dita, para mim é impensável existirem pais que usam os filhos nestes assuntos.
E disso vê-se mesmo muito...mas é coisa que não consigo compreender...são os adultos que têm de manter a lucidez e acima de tudo preservar os filhos nestas situações.
ExcluirUm dia magnífico para ti!
Bjs
Maria
Lá nisso tens razão: é melhor uma criança viver num cenário de equilíbrio emocional, mesmo que com a separação dos pais; do que crescer traumatizada entre discussões diárias. Não sei o que é o divórcio, e claro que não queria saber. Mas tive uma amiga cujos pais se divorciaram quando ela tinha 14 anos, e quase 20 anos depois, ela ainda não vive bem com isso. Está com uma depressão há quase duas décadas.
ResponderExcluirPelo que tenho percebido (quando me separei não tinha filhos e não tive de passar por isso), mesmo que tudo seja feito com cuidado há crianças que reagem melhor do que outras à separação...mas tudo é preferível à instabilidade de um casamento mantido apenas por causa dos filhos.
ExcluirUma fantástica sexta feira!
Bjs
Maria
Olá amiga Maria
ResponderExcluirUma separação seja lá qual for, é sempre dolorosa, mas no caso de casamento, temos que ser maduros o suficientes para entendermos que no modo amigável, principalmente onde o casal tem filhos é o que irá contar, para que não criemos situações amenas para que eles não se sintam afetados
Abraços,
Trocyn Bão - Thigo
Sim Thiago depois de decidida a separação os pais tem de se entender e arranjar uma forma de para acompanhar o crescimento dos filhos e cumprirem a sua missão de pais conseguirem uma relação cordial...mesmo que custe.
ExcluirUma excelente sexta feira!
Bjs
Maria
São situações complicadas e de facto não há soluções perfeitas, do meu lado nunca lidei com o divórcio (nunca fui casada e os meus pais e avós continuam com casamentos de pedra e cal), mas o meu namorado é divorciado, e uma das coisas mais desprezíveis a que assisto é a ex mulher utilizar os filhos como armas contra ele, quando as crianças deviam era ser salvaguardadas...
ResponderExcluirÉ óbvio que há casamentos que não fazem sentido e ambos estão infelizes e quando assim é mais vale cada um seguir para seu lado, mas quando há filhos há sempre um elo de ligação para toda a vida por isso (ainda que desentendida do assunto) devia fazer-se um esforço por haver relaçãos razoáveis e entendimento, porque quem mais sofre deduzo que sejam as crianças.
A situação da guarda das crianças, nem sei o que dizer... Mas deduzo que seja complicado a criança ter tanta instabilidade.
Beijos
Infelizmente crianças usadas como arma entre o casal que se separa são muitas...pessoalmente não consigo compreender como os pais não vêem o que isso faz às filhos...! E estabilidade nesta época da vida em que tudo se aprende é uma das coisas que os mais novos mais necessitam...!
ExcluirUm excelente fim de semana para ti!
Bjs
Maria
Não tenho filhos e o divórcio é algo que me assusta, mas acho que se tivesse de passar por algo do género e com filhos, saberia superar as coisas.
ResponderExcluirMas não tenho dúvida que as crianças sofrem bastante com essas partilhas... :(
Sofrem mesmo muito e devem por isso ser postas em primeiro lugar nas escolhas feitas!
ExcluirBjs
Maria
Eu só lamento que pais e mães não proucurem o que é melhor para os seus filhos e muitas vezes os utilizem como arma de guerra.
ResponderExcluirSoluções ideais, penso que não há, mas cabe aos adultos darem o melhor pelos seus filhos.
Beijocas
Precisamente, mas às vezes ainda de cabeça quente e amargurados acho que nem conseguem ver como os mais pequenos estão a sofrer...felizmente quando me separei não tinha filhos mas se os tivesse acho que teria de saber separar as coisas...!
Excluirótimo fim de semana para ti!
Bjs
Maria
Concordo contigo...trabalho com crianças e jovens e um deles é filho de pais separados, passa os fins de semana com o pai e o que noto é que o pai o deixa fazer tudo e depois ele não sabe destingir quem está certo, se a mãe que impõem regras ou o pai que não...é muito complicado para uma criança gerir esse tipo de coisas!
ResponderExcluirMuito muito difícil e se ainda para mais vivem metade do tempo em cada casa não há nenhum tipo de educação que se imponha e é a confusão total...!
ExcluirBjs
Maria
abordaste questões mto pertinentes. Primeiro desdramatizar o divorcio, não vulgarizar mas desdramatizar, quando não há mais soluções e qdo dizes bem existem "direções opostas". é sp doloroso em qq situação. havendo filhos é mto difícil gerir, mas eu acho que se devemos proteger a nossa saúde emocional e psicológica e a dos nossos filhos. espero que no meu caso haja sucesso neste objetivo. relativamente a essa questão de 15 dias com um e 15 dias com outro faz-me mta confusão, conheço situações dessas e não concordo nada mesmo. bjinho e bom fds
ResponderExcluirMais uma vez estamos de acordo Mel, nem outra coisa esperava...e sei que vais saber gerir a tua situação e a da pequenota da melhor maneira para todos...!!!
ExcluirE a tal situação dos 15 dias em cada casa para mim é mesmo totalmente errada!!!
Bjs
Maria
Fiquei a pensar neste assunto e surgiu-me uma questão: e quando os pais estão longe, por exemplo, países diferentes? Como gerir isso?
ResponderExcluirTenho um caso na família... o pai vai para outra região aqui de França que fica a cerca de 800kms e o miúdo vai começar o próximo ano de escola ao pé do pai. E depois? Faz 1 ano cá e outro lá?
Mas e se for um país diferente, como França e Portugal? O que fazer?
Acho que isso acaba com qualquer criança...mas é muito semelhante a outros casos muito frequentes também agora e devidos a outra questão...a necessidade de um dos pais ter de partir para garantir a segurança financeira da família...também aí há muito sofrimento para as crianças...tudo tão difícil não é???
ExcluirBjs
Maria
Children do need these things and lots of love too ;o)
ResponderExcluirE o amor tem neste caso de traduzir-se na escolha da melhor opção para elas e não para os pais!!!
ExcluirBjs
Maria