quinta-feira, 2 de maio de 2013

Divórcio em ponto pequeno!

criança-triste2.jpg (305×400)

Não acho que o divórcio seja algo desejável, mas também não faço dele um bicho de sete cabeças...eu própria vivo um segundo casamento em que descobri de fato a felicidade e sei por experiência própria que por vezes as coisas não correm como pensávamos e que uma separação pode ser mais saudável do que levar à frente casamentos moribundos que podem durar muitos anos para infelicidade de ambas as partes...! Não pensem que defendo aqui, que à menor dificuldade, cada um parta para seu lado...claro que não...mas há casos de verdadeiros equívocos ou de crescimento pessoal em direção oposta, em que não há mesmo nada a fazer senão assumir... não um fracasso, porque haveria de o ser, mas a necessidade de mudar de vida e quem sabe recomeçar...Mas hoje não vinha falar sobre divórcio no geral sabem que falo do que se vai passando comigo e do que me deixa a pensar e esta é uma dessas vezes...!
Na escola da P. e do F. lido, como calculam, com muitas crianças e muitos pais, entre eles existe um número significativo de separações, pelas mais diversas razões que aqui não cabem e com as quais ninguém tem a ver...o que me tem deixado a pensar é uma tendência que ultimamente tenho verificado na gestão da vida das crianças depois do divórcio...Até há algum tempo atrás e quando tudo corria bem ou mais ou menos entre os pais na regulação do poder paternal, a solução normal era as crianças ficarem a viver com a mãe mantendo o pai o direito de estar com elas por períodos acordados para além do direito de visita...Não discuto se era justo para a mãe, ou para o pai..muito haveria a dizer sobre isso e não há creio eu soluções perfeitas, para além de que cada caso é um caso...hoje quero apenas lembrar o que não me parece justo para as crianças embora seja agora uma solução muito escolhida...Não sei que nome legal tem mas sei que tem vindo a crescer como opção de muitos pais separados.... trata-se de partilhar igualmente o tempo das crianças entre o pai e a mãe... 15 dias com um e 15 com outro...Ou seja passam metade do tempo das suas vidas e do seu crescimento com a mãe... e a outra metade com o pai...dito assim até parece justo e ideal...mas na realidade está longe de o ser...Conheço infelizmente quatro casos, e em todos eles... sem excepção, as crianças têm passado por um processo muito doloroso de habituação e tendo duas casas, acabam por não ter nenhuma...estando rodeadas por rotinas e condicionadas por regras, nenhuma se lhes aplica diretamente, e em todas as crianças tem sido notória a tristeza a confusão e a radical mudança de comportamentos, implicando em três dos casos a intervenção do psicólogo...!
É que não é fácil por exemplo, estar com o pai 15 dias numa casa que é dito ser sua mas onde habita  a tempo inteiro outra criança, filha da nova companheira do pai...não é fácil gerir onde está o fato de treino, o material escolar, com quem se faz o trabalho projeto, quem responde aos convites para as festinhas de aniversário, com quem vão estar nos próximos dias quem vem à reunião de pais, a quem entrega a professora os recadinhos da escola...enfim um mundo de coisas que parecem simples mas que podem tornar  o mundo das crianças muito complicado...acreditem... mesmo para nós que lidamos com elas apenas ao nível superficial é difícil conseguir para as coisas mais simples, (convites, festas de fim de ano, trabalhos de grupo etc...) a ligação certa na altura certa...será com o pai ou com a mãe?? E nem as crianças por vezes sabem dizer!!!
Como vos digo acho que não há soluções ideais e não critico estes pais...quem sou eu para criticar seja quem for...e tenho a certeza que como todos nós estão a tentar acertar e a tentar fazer o melhor para os filhos...mas também tenho a certeza de que não é por aqui!
As crianças precisam de segurança, de rotinas, de saber onde pertencem para aprenderem quem são...para se desenvolverem e crescerem saudáveis nos diversos níveis da sua vida..! Disso não tenho dúvidas e vocês???

24 comentários:

  1. Eu conheço um caso muito proximo em que a criança vive com a mãe, mas existe uma grande abertura para o pai estar com a criança ... não há horarios nem datas fixas. Funciona, mas apenas graças a um grande entendimento entre os pais ... eu acho a melhor das soluções, mas não é aplicavel a toda a gente
    Beijinhos

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    1. Também conheço alguns casos assim que resultam...também acho que é o mais perto do desejável...mas claro é como dizes não se aplicam a todas as realidades!
      Bjs
      Maria

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  2. Eu passei por uma separação da minha mãe e padrasto, e nem te digo nada... Sim, foi um grande alivio para mim, nem imaginas.
    Beijinho Maria

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    1. Por vezes o melhor caminho mesmo para as crianças é mesmo a separação...tem no entanto que ser pensado muito bem em que moldes!
      Um excelente dia para ti!
      Bjs
      Maria

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  3. Sabes o que mais me irrita em divórcios?
    Usarem filhos como armas e armadilhas.
    Verdade seja dita, para mim é impensável existirem pais que usam os filhos nestes assuntos.

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    1. E disso vê-se mesmo muito...mas é coisa que não consigo compreender...são os adultos que têm de manter a lucidez e acima de tudo preservar os filhos nestas situações.
      Um dia magnífico para ti!
      Bjs
      Maria

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  4. Lá nisso tens razão: é melhor uma criança viver num cenário de equilíbrio emocional, mesmo que com a separação dos pais; do que crescer traumatizada entre discussões diárias. Não sei o que é o divórcio, e claro que não queria saber. Mas tive uma amiga cujos pais se divorciaram quando ela tinha 14 anos, e quase 20 anos depois, ela ainda não vive bem com isso. Está com uma depressão há quase duas décadas.

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    1. Pelo que tenho percebido (quando me separei não tinha filhos e não tive de passar por isso), mesmo que tudo seja feito com cuidado há crianças que reagem melhor do que outras à separação...mas tudo é preferível à instabilidade de um casamento mantido apenas por causa dos filhos.
      Uma fantástica sexta feira!
      Bjs
      Maria

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  5. Olá amiga Maria

    Uma separação seja lá qual for, é sempre dolorosa, mas no caso de casamento, temos que ser maduros o suficientes para entendermos que no modo amigável, principalmente onde o casal tem filhos é o que irá contar, para que não criemos situações amenas para que eles não se sintam afetados

    Abraços,
    Trocyn Bão - Thigo

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    1. Sim Thiago depois de decidida a separação os pais tem de se entender e arranjar uma forma de para acompanhar o crescimento dos filhos e cumprirem a sua missão de pais conseguirem uma relação cordial...mesmo que custe.

      Uma excelente sexta feira!
      Bjs
      Maria

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  6. São situações complicadas e de facto não há soluções perfeitas, do meu lado nunca lidei com o divórcio (nunca fui casada e os meus pais e avós continuam com casamentos de pedra e cal), mas o meu namorado é divorciado, e uma das coisas mais desprezíveis a que assisto é a ex mulher utilizar os filhos como armas contra ele, quando as crianças deviam era ser salvaguardadas...

    É óbvio que há casamentos que não fazem sentido e ambos estão infelizes e quando assim é mais vale cada um seguir para seu lado, mas quando há filhos há sempre um elo de ligação para toda a vida por isso (ainda que desentendida do assunto) devia fazer-se um esforço por haver relaçãos razoáveis e entendimento, porque quem mais sofre deduzo que sejam as crianças.

    A situação da guarda das crianças, nem sei o que dizer... Mas deduzo que seja complicado a criança ter tanta instabilidade.

    Beijos

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    1. Infelizmente crianças usadas como arma entre o casal que se separa são muitas...pessoalmente não consigo compreender como os pais não vêem o que isso faz às filhos...! E estabilidade nesta época da vida em que tudo se aprende é uma das coisas que os mais novos mais necessitam...!
      Um excelente fim de semana para ti!
      Bjs
      Maria

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  7. Não tenho filhos e o divórcio é algo que me assusta, mas acho que se tivesse de passar por algo do género e com filhos, saberia superar as coisas.
    Mas não tenho dúvida que as crianças sofrem bastante com essas partilhas... :(

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    1. Sofrem mesmo muito e devem por isso ser postas em primeiro lugar nas escolhas feitas!
      Bjs
      Maria

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  8. Eu só lamento que pais e mães não proucurem o que é melhor para os seus filhos e muitas vezes os utilizem como arma de guerra.
    Soluções ideais, penso que não há, mas cabe aos adultos darem o melhor pelos seus filhos.
    Beijocas

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    1. Precisamente, mas às vezes ainda de cabeça quente e amargurados acho que nem conseguem ver como os mais pequenos estão a sofrer...felizmente quando me separei não tinha filhos mas se os tivesse acho que teria de saber separar as coisas...!
      ótimo fim de semana para ti!
      Bjs
      Maria

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  9. Concordo contigo...trabalho com crianças e jovens e um deles é filho de pais separados, passa os fins de semana com o pai e o que noto é que o pai o deixa fazer tudo e depois ele não sabe destingir quem está certo, se a mãe que impõem regras ou o pai que não...é muito complicado para uma criança gerir esse tipo de coisas!

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    1. Muito muito difícil e se ainda para mais vivem metade do tempo em cada casa não há nenhum tipo de educação que se imponha e é a confusão total...!
      Bjs
      Maria

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  10. abordaste questões mto pertinentes. Primeiro desdramatizar o divorcio, não vulgarizar mas desdramatizar, quando não há mais soluções e qdo dizes bem existem "direções opostas". é sp doloroso em qq situação. havendo filhos é mto difícil gerir, mas eu acho que se devemos proteger a nossa saúde emocional e psicológica e a dos nossos filhos. espero que no meu caso haja sucesso neste objetivo. relativamente a essa questão de 15 dias com um e 15 dias com outro faz-me mta confusão, conheço situações dessas e não concordo nada mesmo. bjinho e bom fds

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    1. Mais uma vez estamos de acordo Mel, nem outra coisa esperava...e sei que vais saber gerir a tua situação e a da pequenota da melhor maneira para todos...!!!
      E a tal situação dos 15 dias em cada casa para mim é mesmo totalmente errada!!!
      Bjs
      Maria

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  11. Fiquei a pensar neste assunto e surgiu-me uma questão: e quando os pais estão longe, por exemplo, países diferentes? Como gerir isso?
    Tenho um caso na família... o pai vai para outra região aqui de França que fica a cerca de 800kms e o miúdo vai começar o próximo ano de escola ao pé do pai. E depois? Faz 1 ano cá e outro lá?
    Mas e se for um país diferente, como França e Portugal? O que fazer?

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    1. Acho que isso acaba com qualquer criança...mas é muito semelhante a outros casos muito frequentes também agora e devidos a outra questão...a necessidade de um dos pais ter de partir para garantir a segurança financeira da família...também aí há muito sofrimento para as crianças...tudo tão difícil não é???
      Bjs
      Maria

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  12. Children do need these things and lots of love too ;o)

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    1. E o amor tem neste caso de traduzir-se na escolha da melhor opção para elas e não para os pais!!!
      Bjs
      Maria

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