«Mãe ensinas-nos a fazer bonecos de lã? » lança o F. de
olhinhos doces batendo pestana, bem ao jeito de endrominar mãe incauta…A
pergunta cai no menos propício contexto mas na mais lógica sequência…e sei de
antemão que nas próximas horas deixarei de lado arrumações e coisas prosaicas
para me debater entre lãs, agulhas e fios tentando ensinar aos filhotes a quase
por mim esquecida arte de criar bonecos de lã, daqueles que logo se tornam
personagens das mais improváveis aventuras ganhando valoroso estatuto em
brincadeira preferida… afinal não é todos os dias que eles brincam com o enorme
saco dos bonecos de lã feitos por mim há tanto tempo…no tempo em que
tendo já entrado para a universidade brincava ainda com os meu irmãos mais
novos como se de um deles se tratasse…A grande diferença de idades completamente
esbatida pelo facto de eu sempre ter desejado ter irmãos e poder usufruir do implícito
pacote de brincadeiras…Os bonecos de lã surgiram numa qualquer tarde de lazer longo, e o entusiasmo foi tal que o seu número foi crescendo até ganharem espaço na
nossa vida e memória como aldeia dos bonecos de lã, protagonistas corajosos de
um sem fim de naufrágios , tempestades e sobrevivência em ilhas desertas, em
mirabolantes histórias passadas algures no século XIX (ou não cursasse eu
História na altura), que associavam os meus crescentes conhecimentos ao
entusiasmo infantil vibrante dos meus dois irmãos…Desse tempo todos guardamos gratas
memórias que voltam à vida de quando em vez nas reuniões de família, adoçando o resto do tempo a nossa bagagem de
coisas boas e suporte de vida…Não sei já dizer como a aldeia dos bonecos de lã
acabou em minha casa preciosamente
guardada…mas lembro-me bem quando a mostrei pela primeira vez à P. e ao F. e
como a sua reação me fez perceber que mais importante do que guardar seria
partilhar com eles tudo aquilo…Assim, quando me pedem, deixo-os remontar o
mundo dos pequenos personagens “lanudos” e divirto-me a vê-los brincar à sua
maneira e no seu tempo com algo que me é tão querido e me traz tão ternas recordações…!
«Ensinas mãe? Foi a avó que te ensinou a ti não foi?»
pergunta a P., juntando-se ao irmão no reforço do pedido…Bem....há dois dias que em
cima da mesa da sala rolam lãs, tesouras, agulhas e colas...por lá vão tomando
forma pequenos vultos que num ápice ganham nomes e personalidades para integrar novas
histórias…que desarrumação meu Deus…mais uma…mas não posso deixar de sorrir e
discretamente piscar o olho cumplicemente a cada um dos novos membros da aldeia
de lã que deixa a mesa para enfrentar novas e maravilhosas aventuras!
Bom dia e bem hajam queridos amigos!
:D
ResponderExcluireles adoram!!!
beijinhos querida
Que giro!
ResponderExcluirAssim se constroem memórias :)
Beijinho
Oh que giro =) É sempre bom ver crianças interessarem-se por brincadeiras antigas!
ResponderExcluirIsso é bom demais e essa bagunça vale muito! Por que não nos mostras os lanudos?rs Gostaria! bjs, chica
ResponderExcluirJá se foi esse tempo...
ResponderExcluiresse tempo já não volta
amiga, eu bem te entendo
a brincadeira é outra agora!
Tenha uma boa amiga Maria, um beijo,
Eduardo.
Oi Maria, essa desarrumação é a melhor que há, imprime lindas recordações em nossa trajetória!
ResponderExcluirMostre-nos os bonecos, fiquei curiosa em conhecê-los.
Beijos e ótimas aventuras!
Oh, tão bom *.*
ResponderExcluirBeijinhos, minha querida*
Lindissimo momento querida amiga Maria ,desejo-lhe toda a felicidade do mundo ,muitos beijinhos
ResponderExcluirEsse tipo de desarrumação é da que faz bem à alma. Essa a mim também nunca me incomodou.
ResponderExcluirAproveite bem enquanto é tempo. Eles crescem rápido e num instante os interesses passam a ser outros!
Beijinhos
Que desarrumação tão gratificante......é muito bem eles interessarem-se por essas recordações
ResponderExcluirBeijinhos