E a vida continua a correr entre compassos de espera que parecem eternos e que por vezes quase desejo eternos.
Seja qual for o resultado, tudo já mudou...e o futuro é agora mais do que nunca o hoje que conseguirmos viver ao limite...!!!
Porque está calor, porque está cansada por este final de um ano muito trabalhoso na escola e fora dela...ou mais provavelmente porque pressente as vibrações contraditórias e ameaçadoras que invadem o nosso mundo, embora as combatamos bravamente dia a dia, anteontem a P. não conseguia dormir...passou da hora de deitar ainda no sofá, bem acordada...daí para a sua cama, mais desperta e passsadas muitas voltas e suspiros que conseguia ouvir da minha cama (nessa noite improvisada no quarto do F, que trocara comigo para que eu pudesse descansar verdadeiramente sem que nenhum ruido me despertasse), vi a sua figurinha na entrada da porta contrastando na luz de presença do corredor...«Não consigo dormir mamã...posso ficar contigo?»...Que mãe consegue resistir a um pedido destes mesmo que esteja deitada numa cama de uma só pessoa e precise desesperadamente de descansar? Nenhuma...nenhuma que eu conheça...e eu não sou exceção...Acolhi-a nos meus braços, fizémo-nos bem magrinhas (ela não teve de fazer nada para isso, eu...bem eu juro que me esforcei), e bem "aninhadinhas" tentámos dormir depois de uma conversa terna, chorosa e séria sobre o que a preocupava e os pesadelos que andava a ter, mas que não passarei por aqui por ser tão intíma e tão dela. Mas as horas passavam, a falta de espaço fazia-se cada vez mais sentir...e sono...nada...ela não conseguia mesmo dormir...Ás três da manhã declarei terminada aquela batalha e num rompante pus em prática um plano alternativo, meio louco e temerário aquela hora da manhã...tirei o colchão do F. levei-o para o quarto da P., tirei o dela também e juntei os dois no chão ganhando uma cama XL mas que permitia mantermo-nos abraçadinhas ou de mão dada como se impunha garanto-vos naquela noite.
Só quando entrou no seu quarto, finalmente, a P. se apercebeu do que eu tinha andado para ali a fazer e simplesmente sorrindo...sem mais comentários deitou-se ao meu lado, deu-me a mão e em breve dormia a sono solto.
No dia seguinte, (há muito já devolvidos o colchões à suas camas), quando voltou da escola, perguntei-lhe como de costume «Então minha doce como foi o teu dia? »...Sorriu de olhinho maroto...« Bem deixa-me ver...primeiro acordei ao lado de uma miúda mais maluca que eu...!!!!» E desatando de imediato a rir abraçou-me coração junto a coração « Não há no universo mais nenhuma mãe que fizesse aquilo mãe...adoro-te»
Sou apenas uma mãe como tantas outras e nessa noite fui mais uma mãe às voltas com colchões e noites mal dormidas como tantas outras...mas o nosso amor é único como o é todo o amor...e são estes momentos que transformam a vida em pura felicidade.
Bom dia e bem hajam meus queridos amigos!